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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Jalapão - to Slideshow Slideshow

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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Jalapão Bão!




Fomos visitar o Jalapao, Tocantins. Uma delícia de lugar, esquecido por Deus entre serras e chapados. Cortado ao meio pelo rio Tocantins que lhe da nome, o estado é formado principalmente por cerrados. Contudo, ao Norte temos a Amazônia e suas nuanças de vegetação de transição, como a presença de babaçu e platas rasteiras da catinga. No leste do estado, encontra-se o parque estadual do jalapao. 

Em meio a 34 mil km² de paisagem árida, essa região é cortada por uma imensa teia de rios, riachos e ribeirões, todos de uma água transparente e potável. O Jalapão é uma das poucas paisagens nacionais que se mantém quase imunes ao avanço da civilização, tanto, que é possível rodar quilômetros de estradas e não encontrar uma única pessoa. Localiza-se na região leste, ponto em que o Tocantins faz divisa com a Bahia, o Maranhão e o Piauí. Abaixo, a pedra da baliza na fronteira desses estados! 




Logo no primeiro dia, chegamos em Palmas as 18:00. O guia, Miguel da pousada Aguas do Jalapão foi nos buscar no aeroporto. Estava muito quente la fora. 37 graus! Meu Deus que susto! 
Nossa viagem foi planejada por mim, através do contato com Nilton, da pousada aguas do Jalapao. O atendimento foi muito bom, adorei! Abaixo o telefone e link da pousada.

Telefone: (63) 9996-4550 - Nilton | (63) 9975-1950 - João

www.aguasdojalapao.com.br/


Fomos direto para a cidade de Ponte Alta do Tocantins, portal do Jalapao. Chegamos perto de oito e la jantamos. Cada refeição custou 20 reais( achamos super caro, em se tratando de interior!?)
A pensão era rodeada de cajueiros cheios de frutas, com varandas por todos os lados. Mas o quarto achei ruim. Somente duas toalhas, meio apertado. Mas não me chateei. Afinal, estávamos no Jalapao! 
Miguel marcou para sairmos as 8:00 da manhã, com destino diversos até pernoite em Mateiros.


Na pousada havia muitos cajueiros, e pudemos colher e chupar cajus a vontade! Que delicia! 
Esta é a gruta da Sussuapara. Um imenso grotao de Rocha, um despenhadeiro onde descobrimos uma pequena, mas gelada cachoeira. 

Veja o que o arco-íris fez na água da cachoeira! 
Abaixo, fomos conheçer a cachoeira do Lageado, por causa da forma, feita como lajes de cor vermelha. Após os platôs, as águas desabam numa cachoeira alta que finda em um lago lá em baixo, mas de difícil acesso. Ficamos nas corredeiras.

A cachoeira da Velha, uma queda d'água com várias caídas. É chamada de pequena cataratas do Iguaçu! Essas águas vão traçar um longo caminho até acabar numa aconchegante praia.

Abaixo, a prainha da cachoeira da Velha. Ao fundo podemos ver ainda a ultima queda d'água.
Mergulhamos nas águas frias... Cristalinas e cheias de peixes, só tinha um problema: os mosquitos. Oscar ficou todo mordido nas costas e eu e Guto nas pernas. Mas valeu a pena! 

Uma pausa para tirar fotos com lindas serras ao fundo!
Uma vista linda da Serra do Espírito Santo. Perfeita! Nossas silhuetas aparecem como sombras.
Nos enfrentamos mais de 700 km de estrada vermelha, cheias de buracos e caminhos de areia como esse abaixo. Somente um carro off Road para suportar! 
Esteja flor é a calliandra. Quando a vi, fiz uma poesia sobre a nossa viagem:


Jalapao.


Fui para uma lugar onde o cerrado se encontra com o céu num recorte de serra.
Da Catedral, do Espírito Santo do Jalapao, a serra perdida observa o brotar da calliandra anunciando o verão.

As queimadas castigam o verde da paisagem, transformando-a em mil cores  iluminado pelo sol vermelho e inclemente.
 As veredas, depósitos de água sob a vegetação, limitam naturalmente a ação do fogo. A morte extrai a vida que transborda em profusão.

Aos poucos nas dunas acobreadas, o sol se veste com lindos retalhos de voil abóbora.
 E as brumas caem como cortinas lúgubres, acinzentadas, finalizando no ocaso o espetáculo na abóboda.

Cachoeiras de cristal, fervedouros de jade. Esmeraldas encrostadas, nas folhas, nas lajes. Opalinas formações, de grutas e grotões amarelos. A vida em tudo se espalha, viceja no belo.

O olhar doce guarda segredos. Segredos de um povo brasileiro. Africanidade nagô, quilombolas abanquetam o olhar extasiado do viajante, que admira exuberante, o dourado capim da serra.
Bolsas, cordões, lindas caixas, iluminam ambientes levando a toda gente a força do cerrado.

Palmas que se encontram, em trechos redondos, delgados. Largas avenidas trazem em seu ventre, a força do que virá. De todos lugares aportam, viajantes, aventureiros. Na busca de um futuro, de cor de sons e calor, esperam na cidade a vida para ver o que é que há.


Cada verso da poesia lembra um momento de nossas andanças...e todo o tempo éramos cercados pelas serras perdidas no horizonte...
Parafraseando In Natura, em Sorriso de Flor, digo:

" Ainda encontro a minha paz, na praia ou na cachoeira
Agora tenho que plantar, na roça pra vender na feira"
"  e assim vou seguindo a vida de encontros e despedidas,
 da varanda da casa grande, vejo a serra perdida..."
Vídeo da música: http://youtu.be/xhm2SVjd9Nk

No caminho, vimos emas e um lobo-guará: ele fugiu apressado...

Entrada no Parque Estadual Jalapao. Onde iremos encontrar com dunas vermelhas e deslumbrantes...
Abaixo, as dunas vermelhas e incríveis do Jalapao. Nuncanates havíamos visto tal ecossistema. Dunas desérticas em pleno cerrado e cercadas por serras altaneiras... É simplesmente inacreditável! A viagem está paga, com certeza. É legal ver o por do sol daqui de cima, com a silhueta da serra do Espírito Santo atrás das areias, com o pequeno riacho que forma uma lagoinha imitando um oasis...
Para chegarmos até aqui, percorremos de carro 4x4 vários km de terra hostil. Mas valeu a pena. Terminando o dia com esse espetáculo, prosseguimos em direção a Mateiros.







O famoso capim dourado, típico desta região, é fonte de renda para a população local que descendem de escravos. Mumbuca é uma vila quilombola onde pudemos observar de perto a arte e a beleza do artesanato do capim dourado!

Outra coisa imperdível aqui no Jalapao são os fervedouros. Conhecemos quatro deles, de um total de seis. O dos buritis, o da Conceição, e o do sono. Todos guardam segredos e diferenças. O do buritis, é de médio porte e cercado de bananeiras engolem nossas pernas, que deslizam como entre manta de areia por entre as pernas. A sensação é incrível! 
E tem tanta banana ao redor, que acabamos comendo...
Este cacho estava disponível para os visitantes! Boa idéia! 

Outro fervedouro e mais famoso de todos: da Conceição. Cercado de bananeiras, este fervedouro é cheio de olhos da nascente do rio!

Minha cara de espanto! Eu não afundei de jeito nenhum, rsrsr.

O terceiro fervedouro o do Sono, por causa do rio Sono que nasce aqui. O maior em tamanho. Tem um tronco que divide a área que da pé da que não da pé ( mas vc nunca afunda, rsrs)
Este ultimo abaixo, o menor de todos, é o do Mumbuca. Aqui vc não afunda mesmo. Tem poça água, mas vc fica em pé por poucos segundos, já que a força da nascente te empurra pra cima e vc flutua. O guia o chama de " fervedouro do Mar Morto", por que nesse mar as pessoas não afundam por causa da salinidade alta.


Saindo da área dos fervedouros, fomos em busca do encontro dos rios Sono (frio e amarelo) e do Formiga (verde esmeralda e mais quente).
 Veja que cenário lindo...
Abaixo, uma pose antes de mergulhar na cachoeira do formiga! Que águas linda e gostosa...nadamos muito! 


Abaixo, no caminho de volta para Mateiros, onde almoçamos no restaurante de Dona Rosa, passamos pelas serras. Está linda serra é a serra da Catedral, ou morro do chinês. 

No caminho de volta a Ponte Alta da Tocantins, nosso último pernoite, tiramos uma foto ao por do sol. Com a serra atrás.


Está é a flor que da o nome a região: a jalapa ( ipomea)




Finalmente, na manhã do nosso último dia, saímos em direção a Palmas. Paramos em Taquaruçu onde pudemos descer uma trilha de um kilometro até a cachoeira da Roncadeira. No caminho vimos macacos e outros bichinhos, inclusive uma tartaruga nas pedras da cachoeira.




A tartaruguinha na pedra! 
A força da água massageava nossas costas e foi um tratamento de choque anti-estresse. Recomendo! 


Por fim chegamos a Palmas. Cidade planejada e de 25 anos apenas. Suas ruas largas e bem desenhadas, são interrompidas por rotatórias. E as praias artificiais  nos deixam a vontade às margens do rio Tocantins. As águas são calmas e mornas, com estrutura para banho e refeições. Adorei! 

Praia do Prata.
Com este banho nas águas mornas da praia do Prata no lago Lageado, termina nossa viagem. 
Agradecemos a Deus por ter conhecido tanta beleza! Até a próxima!